Casal operou durante a Grande Depressão norte-americana durante dois anos
Hoje, 23 de maio, completa 89 anos de sua morte. Veja alguns detalhes sobre Romeu e Julieta versão crime. O casal de criminosos mais famoso dos Estados Unidos tem uma profunda ligação com carros já que realizavam vários assaltos em vários lugares do país. Bonnie Elizabeth Parker nasceu em 1 de outubro de 1910 e Clyde Chestnut Barrow em 24 de março de 1909. Durante a Grande Depressão, a maior crise financeira norte-americana que impactou todo o mundo, os dois ficaram famosos por assaltos a bancos e fugas.
O gosto por carro, aliás, por um carro específico
A verdade é que o Bonnie e Clyde focavam os roubos mais em postos de gasolina e lojas do interior. Em sua carreira de crimes, eles mataram 9 policiais e inúmeros civis. Tudo isso desenrolou uma das maiores perseguições dos Estados Unidos, movendo esforços conjuntos de polícias e órgãos de investigação como o FBI.
Para dar conta de fugir por tanto tempo das forças da lei, Clyde usava estradas rurais de péssimas condições e para isso precisavam de um bom carro. O escolhido foi um Ford V8 por sua resistência e potência. Sua preferência pelo modelo era tanta que chegou a escrever uma carta ao próprio Henry Ford para elogiar o veículo.
Idolatrados
Foram vistos como símbolo de luta contra um Estado opressor, sendo cultuados na cultura pop e alavancados pela mídia. A realidade é bem diferente já que eram assassinos, coisa que por muitas vezes era ignorada ou suavizada pelos fãs.
A caçada aos dois durou dois anos. O grande responsável por rastrear os dois foi um Texas Ranger aposentado chamado Frank Hamer. Ele foi capaz de encontrar o casal em três meses a ajudou na emboscada.
Tudo só foi possível graças a um X9. Henry Methvin era um dos integrantes da quadrilha e decidiu deixar de cometer crimes. A polícia de Louisiana fez um acordo com ele: caso ajudasse na captura do casal, ele teria sua ficha limpa. Nesse momento, as autoridades descobriram as rotas e detalhes da operação.
Os guardas Texanos uniram forças com os de Luisiana. No dia 23 de maio de 1934, eles foram emboscados. Há registros de mais de 100 tiros espalhados pela lataria do carro. O primeiro atingido foi Clyde que morreu na hora enquanto Bonnie havia sido atingida, mas continuava viva. O Texas Ranger Frank Hamer disparou contra ela duas vezes sem hesitar.
Bonnie, um símbolo mal representado
A mídia da época aproveitou o hype do casal e divulgou inúmeros fatos, além de representações que nem sempre correspondiam à realidade. Bonnie era apresentada ao público como uma mulher que portava metralhadora, além de fumar charuto. A verdade é que ela não fazia, nem uma coisa, nem outra. Ex membros capturados da gangue afirmaram que ela nunca disparou contra um oficial.
Clyde, uma vida de crimes
Em 1930, Bonnie e Clyde se conheceram, mas ele foi capturado por roubo de automóveis. Ele ficou preso durante dois anos antes de voltar para Bonnie. Ao sair da prisão, ele sentia raiva de todo o sistema. Reforçado pela parceria de Bonnie, ambos ingressaram na carreira de assaltos e formaram um bando. Durante a Grande Depressão, também conhecida como Crise de 1929, os Estados Unidos passaram pela era dos inimigos públicos, pois a falta de emprego e renda trouxe um grande número de ladrões.
