Ford enfrentou Mercedes nos céus da Europa na 2ª Guerra

Assim no céu como na terra, Ford foi decisiva para bombardear a Alemanha nazista e ajudou em sua derrota ao lutar contra a Mercedes-Benz nos céus da Europa

Inicialmente, os Estados Unidos declararam neutralidade durante a Segunda Guerra Mundial. No entanto, um evento viria por colocar o país na guerra e com amplo apoio da população: o ataque a Pearl Harbor. Sem declaração de guerra, o Império Japonês lançou um ataque massivo contra a base norte-americana Pearl Harbor, a qual ficava no Havaí e acolhia a poderosa Frota do Pacífico.

Foram 353 aeronaves japonesas, entre elas caças, torpedeiros, bombardeiros de mergulho e de nível que atacaram às 7h48 do dia 7 de dezembro de 1941. O ataque vitimou mais de 2.400 pessoas, além de 180 aeronaves destruídas e 19 embarcações afundadas ou danificadas, incluindo parte dos enormes encouraçados. A Frota do Pacífico ficou extremamente prejudicada e os Estados Unidos extremamente determinados.

Bombardeiros modificados decolaram de porta-aviões para atacar o Japão

B-25 Mitchell decolando de porta-aviões

Como resposta ao ataque à Pearl Harbor, os yankees realizaram a Doolittle Raid, uma operação que envolvia decolar de porta-aviões com bombardeiros. Para isso, removeram partes da blindagem e os armamentos defensivos com o intuito de aliviar peso e assim levar mais combustível, pois precisariam voar até a China após o ataque. As equipes foram avisadas de que suas chances de retornar eram baixíssimas, pois estavam sem blindagem e artilharia e não sabiam se o combustível seria suficiente para chegar à China após o ataque. Não há registros de que alguém tenha desistido mesmo diante desses riscos. Por volta das 8h do horário local, no dia 18 de abril de 1942, os aviões, do modelo B-25 Mitchell, foram lançados a 1.200 milhas náuticas (2.222 quilômetros) do território japonês.

Foram 16 aeronaves com tripulações de cinco pessoas cada, totalizando 80 militares. Destes, 69 sobreviveram. Oito deles foram capturados pelos japoneses, sendo três executados, enquanto que outro morreu na prisão. Os quatro restantes foram libertados após o término do conflito.

B-25 Mitchell em porta-aviões

Três tripulantes morreram por acidentes durante a operação. Nenhum dos 16 aviões foi abatido durante o ataque, mas todos foram perdidos por falta de combustível ou pouso forçado. Todos os 80 participantes receberam a medalha Distinguished Flying Cross (Cruz Voadora Distinta). O tenente-coronel James Harold Doolittle que planejou a operação voou junto de seus liderados e sobreviveu à missão, foi promovido a Brigadeiro-General e recebeu a Medalha de Honra.

O ataque provocou danos limitados às cidades de Tokio, Yokohama, Nagoya, Osaka e Kobe. O maior efeito foi o psicológico que mostrou que o Japão era um alvo com vulnerabilidades e poderia ter seu território bombardeado.

A guerra de capacidade industrial

Com a entrada dos norte-americanos na guerra, logo ficou claro que o que determinaria a vitória não seriam apenas as estratégias adotadas em campo ou número de contingente, mas também a capacidade industrial do país para dar conta da demanda por equipamentos e armamentos.

Lutando contra um inimigo que fica do outro lado do oceano, os norte-americanos precisaram de milhares de aeronaves e de acordos para a produção dessas máquinas. Assim, a Ford aproveitou para propor a produção em massa do bombardeiro B-24 Liberator.

Ford versus Mercedes-Benz nos céus da Europa

B-24 Liberator

A Ford inaugurou a fábrica de Willow Run com 326 quilômetros quadrados com a promessa de que construiria um avião por hora. Com autorização da Consolidated Aircraft (a fabricante original do avião), a Ford começou a produzir o B24. No entanto, ela descobriu que não existia padronização na construção dos aviões e muitos esquemas de montagem eram passados de boca a boca, sem registro. Com isso, a Ford precisou desmontar duas unidades do bombardeiro para compreender o projeto e padronizar.

Em 1944, a Ford conseguiu cumprir com o prometido ao produzir uma aeronave por hora, enchendo os estoques da Força Aérea norte-americana, tendo construído 88% de todos os B-24 Liberator, entregando 18.453 unidades.

Esses aviões martelaram continuamente a Alemanha e contribuíram diretamente para suprimir o poder industrial alemão ao destruir fábricas. No entanto, as B-24 enfrentavam um inimigo que por muitas vezes parecia invencível: o caça BF109.

Ao todo, 2.112 B-24 foram abatidos durante o conflito. Muitas dessas aeronaves foram vítimas do temido Flak 18/36/37/41, um canhão de 88 milímetros que se provou eficaz e preciso. Inicialmente projetado como arma antiaérea, provou ser eficiente até mesmo contra veículos blindados pesados.

A Mercedes-Benz e o caça alemão BF109

BF 109

Do outro lado do oceano, as B-24 invadiam o espaço aéreo alemão para soltar suas bombas. Mesmo escoltadas por caças como o P-49 e P-51, ainda eram alvos fáceis para os poderosos caças BF109. Apesar de serem produzidos pela Messerschmitt, seus motores tinham outra origem: o V12 era construído sob denominação de Daimler-Benz (atual Mercedes-Benz).

Esse foi o principal caça da Alemanha, chegando à marca de 34.984 unidades produzidas. Eram temidos pelos esquadrões de bombardeiros aliados.

Assim, Ford e Mercedes-Benz digladiavam nos céus europeus. De um lado, o B-24 Liberator despejava toneladas de bombas sobre as cidades alemãs e de outro lado a o motor Mercedes cuspia fogo enquanto impulsionava o caça contra as formações aliadas.

No filme Ford vs Ferrari, uma cena mostra a citação de Henry Ford II, então presidente da montadora: “Não é a primeira vez que a Ford vai à guerra na Europa”, fazendo uma clara referência aos bombardeiros construídos pela marca durante o conflito.

O B-24 Liberator foi importante para vencer a guerra, pois além de ser um avião resistente, seu grande emprego foi crucial para impactar a indústria alemã e, assim, limitar a economia e o poder bélico daquele país. Já o caça alemão BF109 é reconhecido como um dos melhores caças produzidos durante o conflito e representou um dos maiores perigos contra os Aliados.

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