Kitty O’Neil foi uma apaixonada por adrenalina e em sua carreira participou de corridas de moto, esqui aquático, pulou de helicóptero e se destacou em modalidades de extrema dificuldade que exigem resistência física e mental, além de uma técnica excelente, como as provas Baja 500, modalidade de corrida todo terreno, além da Mint 400 que acontece no deserto de Las Vegas.
Enfrentou diversos problemas de saúde quando era criança, perdendo completamente a audição, mas isso não desmotivou ela de realizar grandes feitos. Aos quatro anos de idade, pediu para pilotar o cortador de grama o mais rápido possível, sendo essa a primeira aproximação com o esporte a motor. Movida por sua paixão pela velocidade, conseguiu o título de mulher mais rápida do mundo ao pilotar um veículo chamado SMI Motivator, o qual era equipado com um foguete movido a hidrogênio que empurrou a nave para os 825 km/h, isso em 1976. Dois anos depois, capotou um Corvette também equipado com foguete tentando estabelecer outro recorde.
Kitty se destacou em ambientes predominados por homens e foi a primeira mulher a entrar para Stunts Unlimited, uma organização que reúne os melhores dublês de Hollywood. Entre seus trabalhos, foi a dublê da Mulher Maravilha de 1970, estabelecendo um recorde de maior queda livre realizada por uma mulher, ao saltar de 39 metros de altura, o equivalente a 12 andares. Depois, ela quebrou seu próprio recorde ao pular de um helicóptero a 55 metros de altura. Também participou da série de ficção científica A Mulher Biônica, Os Bons e os Maus e O Dueto de Cordas.
Ela também fez cenas perigosas com carros, desde capotamentos a colisões e até sair de um carro em chamas. Dentre os filmes mais famosos que envolvem manobras automobilísticas, estão Os Irmãos Caras de Pau e Agarre-me se Puderes.
Em entrevista ao The Tribune, ela falou “Os surdos podem fazer qualquer coisa […] Nunca desista. Quando eu tinha 18 anos, disseram-me que não conseguiria um emprego porque era surda. Mas eu disse que um dia seria famosa no esporte, para mostrar a eles que posso fazer qualquer coisa.”
Ela se mudou para Eureka, na Dakota do Sul, também nos EUA, quando se aposentou nos anos 80. E em novembro de 2018, morreu de pneumonia, com 72 anos de idade. Foi uma grande mulher, que serve de inspiração para muitas outras, deixando suas conquistas e o seu legado, permanecerá para sempre na história.