Entenda como os motores funcionam e qual o óleo certo para cada carro
O óleo é um componente crucial na lubrificação dos motores. Mas, antes de tudo, vamos falar deles próprios, os motores, para compreendermos um pouco mais sobre a natureza da coisa e a necessidade do óleo correto.
O primeiro motor à combustão fabricado em escala foi desenvolvido pelo mecânico Étienne Lenoir em 1860. De lá para cá, durante esses 160 anos de existência, os motores passaram por modernização. No entanto, o princípio continua exatamente o mesmo: queimar combustível e produzir potência.
Motores são máquinas responsáveis por converter energia química dos combustíveis em energia térmica, forçando os pistões e, assim, criando movimento. Ao longo das décadas, a indústria automotiva descobriu que é possível construir motores de muitos tipos. Desde o convencional, que utiliza cilindros alinhados e que equipa a maior parte da frota brasileira até os pistões inclinados, mundialmente conhecidos como motores em V, ou simplesmente V, como os V6, V8, V10 e V12, os quais entregam essas maravilhas de roncos.
Mas dentre todos estes tipos, eles funcionam de maneira parecida. Ou seja, o combustível é vaporizado, injetado na câmara de combustão comprimido e detonado, ou seja, são quatro etapas e por isso o motor convencional é chamado de motor 4 tempos. Assim, a força da explosão movimenta os cilindros e, por meio de muitas peças, o movimento chega às rodas (bem resumido).
No processo de gerar movimento, o motor esquenta, roda milhares de vezes por minuto, trabalha com esforço e carga. Então suas peças precisam ser lubrificadas para não travarem, desgastarem ou até mesmo quebrarem. É aqui que entra o papel do óleo lubrificante. Ele percorre todo o motor, criando uma película sobre cada peça, impedindo o contato direto de metal com metal.
No entanto, cada motor tem suas especificidades. E justamente por isso, ele precisa de um óleo específico.
Existem três categorias: o óleo mineral, o sintético e o semissintético. Este último é basicamente um híbrido.
Os carros mais antigos têm mais folgas entre as peças. Tanto no projeto quanto pelo próprio desgaste. Então, ele precisa de um óleo mais grosso, o famoso óleo mineral. Se for utilizado óleo sintético, que tende a ser menos viscoso, haverá contaminação de óleo para dentro do pistão. Também pode acontecer do combustível contaminar o óleo durante o processo de queima. Um terceiro fator é a película de proteção formada pelo óleo que será fina demais e que poderá acabar rompendo, expondo as peças ao atrito metálico.
Já carros mais novos precisam de óleo sintético. Se você utilizar óleo mineral em carros mais novos, o problema será justamente o oposto. Como ele é mais viscoso, ou seja, tem mais dificuldade para fluir, se espalhar, não vai chegar em todas as peças nem criar a película adequada para esses motores, comprometendo toda a estrutura.
Então, o mais adequado é sempre utilizar o óleo recomendado para o seu veículo. O manual do proprietário tem essa informação. Usar um óleo diferente diminui muito a vida útil do seu motor.
E pra fechar, precisamos falar do filtro. Muita gente acredita fazer a troca dessa peça apenas de vez em quando é o correto. Na verdade, toda vez que se troca o óleo é preciso trocar o filtro já que é ele quem previne que partículas de metal ou outras sujeiras fiquem circulando no sistema. Além disso, fica aproximadamente meio litro de óleo completamente contaminado dentro dele. Por isso, colocar óleo novo sem trocar o filtro é expor o motor ao risco. Óleo novo contém detergentes dispersantes novos, então eles vão tentar dissolver a sujeira do filtro, o que pode dar muito errado já que vai empurrar contaminação para o motor.